quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SUCOT




A FESTA DOS TABERNÁCULOS

Sucot, Arthur Szyk
 
E falou o Eterno a Moisés, dizendo: «Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste sétimo mês, será festa das cabanas [Sucot], por sete dias, ao Eterno.»
Lev. 23:33-34

     No calendário judaico a Festa dos Sucot sai um pouco da ordem cronológica, porque vem depois dos Grandes Dias Santos, o Rosh Hashaná e o Yom Kippur. Os Sucot pertencem ao ciclo de Pessach e dos Shavuot, sendo a última das três “Festas de Peregrinação” (Shalosh Regalim). Como as outras duas, ela tem um duplo significado: no antigo calendário campestre de Israel, marcava o fim das colheitas, quando toda a gente ia para os campos e aí vivia em tendas para acabar o trabalho antes das chuvas do Inverno. A Bíblia dá-nos igualmente uma razão histórica que prescrevia a cada indivíduo que vivesse num abrigo temporário especialmente construído para a festa; trata-se de uma forma de recordar a caminhada de quarenta anos no deserto, quando os israelitas se libertaram do cativeiro do Egipto para alcançarem a Terra Prometida.
 

Ecclesiastes, Kohelet, Naomi Geller Lipsky
 
Para tudo existe uma época determinada, e para cada acontecimento há um tempo apropriado sob os céus
Eclesiastes, 3:1
     É costume ler-se o livro de Cohelet (“Eclesiastes”), na sinagoga, no Shabat que ocorre durante os dias intermédios (Chol Haomed) de Sucot, ou em Shemini Atzeret, quando este cai em Shabat.
     Aparentemente, é um livro pessimista, mas na realidade ensina-nos que nos devemos alegrar com o que temos, e não ansiarmos somente por bens materiais.
     Sendo Sucot considerado Zeman Simchateinu, ou seja, “época da nossa alegria”, quando em Israel os celeiros estão a abarrotar com os frutos das colheitas, é um dever lembrar de onde vem a bênção que resultou no sucesso do nosso trabalho. Sem a bondade e a justiça do Eterno, nenhum sucesso pode ser alcançado pelos seres humanos.
 
A Festa da Alegria na Lei na Sinagoga de Livorno, 1850, Solomon Alexander Hart
 
     A Festa dos Sucot termina com um dia de «solene assembleia» que lhe é acrescentado. Na prática atual, marcamos este dia acima de tudo pela Festa da Alegria na Lei (Simchat Torá). Ao longo do ano, no ritual da sinagoga, lêem-se em continuação os cinco livros de Moisés, tal como está prescrito para a lição bíblica semanal. Este ciclo de leituras termina e recomeça com este dia. É assinalado por uma jubilosa procissão com os rolos da Lei, tirados da Arca Sagrada (Aron Codesh) onde habitualmente estão encerrados e pelo convite a cada um, na sinagoga, para pronunciar do púlpito uma bênção relacionada com a passagem do rolo da Torá.
 
Este artigo foi-me oferecido pela minha querida amiga,
Sónia Craveiro
Obrigada Sónia, por mais esta belíssima partilha.
Beijinhos

 

Fontes:

“As Cinco Meguilot”, A Lei de MoisésTorá, editora &livraria Sêfer;
Bíblia Hebraica, Escritos, Eclesiastes, editora &livraria Sêfer;
A Festa dos Tabernáculos (Sucot),“Judaísmo”, Arthur Hertzfeld, Editorial Verbo.




 

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