terça-feira, 21 de agosto de 2012

A arte que fala: Oliveira Tavares




Apresento-vos hoje um pintor Português de enorme talento:

António Oliveira Tavares


Oliveira Tavares nasceu em Lisboa em 1961.
 
Viveu e trabalhou em Bruxelas e Paris e atualmente reside em Borba, Portugal. Frequentou o 4º ano do curso de engenharia do Instituto Superior Técnico de Lisboa, o Curso de Desenho no A.R.C.O. e o Curso de História de Arte na Sociedade Nacional de Belas-Artes, do qual é membro.


Mas ninguém melhor que o próprio para vos falar um pouco do seu percurso artístico. ZD


Os primeiros impulsos e desejo de ser pintor nascem por volta dos meus 14 anos. Nesta época desenhava um pouco, gostava das aulas de pintura na escola, mas o contacto com a Arte era em geral muito reduzido!





No 10º e 11º ano de escolaridade dei comigo a estudar matemáticas e física! Nesta altura deixei completamente de lado este sonho de Pintor.

Foi só em 1981 quando entro para o técnico e vou viver para Lisboa é que volto a contactar mais intimamente com a Arte (música também) através dos livros, das Galerias e dos Museus! Nesta época, ao mesmo tempo que ia estudando Engenharia, estudava e praticava a pintura sempre que tinha oportunidade. Foi ai que a paixão cresceu e de tal forma, que abandonei os estudos já no 4º ano de Engenharia Civil, para me dedicar a tempo inteiro à Pintura.

A primeira vez que expus foi em 1982, numa coletiva subordinada ao tema do livro “”Era Lisboa e Chovia” do Embaixador do Brasil, Dário Castro Alves, na já extinta Galeria Camilo – Eça em Lisboa. Nesta altura participei com três paisagens, duas de Santarém e uma feita na Praça da Figueira em Lisboa, em plena chuva tal como no livro e pintada ao vivo a partir da janela de um primeiro andar duma casa de comércio de tecidos.

“Era Lisboa e Chovia” – 46x33 cm, Praça da Figueira, Lisboa 1982


Durante cerca de 8 anos, todos os quadros que pintei foram feitos com cavalete diretamente na natureza com uma abordagem naturalista.


Santarém - 1986



Marvão - 1998




Santarém – S. João do Alporão, 1988




Santarém – Quinta de S. Lino, 1987


Em 1990 saio da minha fase naturalista, com uma exposição toda ela executada em atelier mas é em 1992 que começo a expor trabalhos inspirados nas minhas viagens a Paris, foi uma fase muito importante e que culminou com minha ida para Paris em Outubro de 2001.


As colunas – 100x81 cm, 1990



 A rendilheira – Série Veermer, 65x81 cm, 1992




A Mulher do Brinco de Pérola – Série Veermer, 100x80 cm, 1993



Série Pontormo – 146x97 cm, 1995

Ter atelier em Paris foi muito importante para mim por me permitir uma constante ligação aos acontecimentos artísticos, desde as exposições até aos concertos de música clássica e a toda uma cultura diferente da nossa. Ajuda a sairmos do nosso mundo para uma outra realidade, a nos adaptarmos, aprender coisas novas, estarmos abertos ao novo e ao diferente…


Série Ingres – acrílico s/tela 65x81, Paris 2002



Série Caravaggio – 81x65 cm, Paris 2003

Fiz amizade com franceses, pude frequentar suas casas como amigo e isto é muito enriquecedor do ponto de vista humano. Especial nesta época era depois de tomar um café no meu bairro, Batignolles no XVII eme, apanhar o metro e ir passar a tarde no Louvre! Sair do Louvre e ainda visitar Boulevard St. Germain, onde sempre se vê algo inesperado e interessante!

Série Ingres – 81x100 cm, Paris 2002

Pude conhecer bem o Museu D'Orsay, o Louvre, Museu de L’Orangerie, o Center George Pompidou, a Casa Museu de Delacroix, o Museu Rodin entre outros! Possa afirmar que para mim foi uma época extraordinária!
Dois anos passados senti falta de uma pouco mais de tranquilidade e natureza e ai encontrei Bruxelas, uma cidade muito mais tranquila e pequena, com espaços verdes muito agradáveis. Bruxelas tem uma situação geográfica que permitia deslocar-me até Amesterdam, Haia (onde trabalhava com a Galeria Lewis Guy) e Paris com muita facilidade. Mantive assim as minhas ligações a Paris e aproveitei para conhecer melhor os principais Museus da Holanda e Bruxelas. Museu de Beuax Arts de Bruxelas, Rijksmuseum e Museu Van Gogh de Amesterdam e o Museu Mauritshuis de Haia. Do ponto de vista humano, Bruxelas pôs-me em contacto com uma maior variedade de nações e línguas, devido à existência do Parlamento Europeu e das amizades que tinha.

Acrílico s/tela 81x100 cm, Bruxelas 2003



Momento de Pausa – Acrílico s/tela 81x100 cm, Bruxelas 2005

Foram quatro anos muito movimentados e enriquecedores, mas gosto muito de estar agora na paz da Paisagem Alentejana, amadurecendo uma nova fase do meu trabalho, mais ligado à natureza e a um sentir mais profundo da alma, que pede, naturalmente silêncio e introspeção!

Além de dar aulas, também faço retratos quando para isso sou solicitado.

Retrato 100x81 cm, Borba 2011

Oliveira Tavares



Vamos conhecer um pouco mais…
Entrevista com Oliveira Tavares:


Não podia terminar sem deixar os meus sinceros agradecimentos ao António, que participou diretamente neste trabalho com a total elaboração do texto e a escolha dos quadros que é também da sua inteira autoria. De inicio, era suposto ser eu a escolher as obras, mas achei que o próprio as colocaria melhor do que eu na sua ordem correta ao longo do seu belíssimo percurso como Pintor.
Muito obrigada pelo trabalho, pelo tempo dispensado e pelo carinho de toda a sua colaboração.

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