quinta-feira, 21 de abril de 2016

Happy Passover!



Chag Sameach Pessach!


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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Cartas de Lisboa | Metzora



Metzora


Esta semana, a Parsha continua com as leis referentes ao fenómeno da Metzora e o processo de purificação que a Torá estabelece.



An Ancient Mikveh on the Temple 
Mount in Jerusalem


Embora muitas das formas de tzara’at possam parecer como condições normais de natureza médica ou de higiene, Dom Abarbanel usa um verso da Parsha desta semana para dissipar essa noção.



"Quando vocês chegarem à terra de Canaã, que eu vos estou dando como possessão, eu irei colocar uma lesão de tzara’at numa casa." (Vayicrá 14:34)


O termo "colocar", diz Dom Abarbanel, reflecte a intervenção directa de D-us no aparecimento das tzara’at. A Torá está portanto a indicar-nos que essas manifestações de tzara’at não são o resultado da dieta ou do bem-estar físico de uma pessoa mas sim de seu estado espiritual.

Esta ideia é mais clara quando se trata das tzara’at que aparecem nas paredes de uma casa. Na pele, a tzara’at manifestam-se como uma erupção cutânea ou descoloração, ao passo que nas paredes de uma casa as tzara’at assumem a forma de uma cor estranha - algo que não se ligava ao resto.

O elemento estranho, diz Dom Abarbanel, alude à idolatria, à influência externa e à apropriação indevida de valores que não são nossos.

Ao entrar Israel estas leis foram feitos para lembrar figurativamente ao Povo Judeu da permanente existência de tais perigos. Quando tais elementos estranhos aparecem o remédio inclui partir partes das paredes. Isto, diz Dom Abarbanel, refere-se à destruição dos Templos, que foi provocada pela idolatria.



Por outro lado, parece que a eliminação de tais ideias e um determinado foco nos nossos valores e tradições são o que irá reconstruir o nosso todo, quebrado que esteja, com a chegada do Messias.


Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino

Eli Rosenfeld
chabadportugal.com



Fontes das imagens:

http://fineartamerica.com/profiles/david-wolk.html?tab=artworkgalleries&artworkgalleryid=261250


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Pintor Holandês com Ascendência Portuguesa




Jozef Israëls



Nascido no seio de uma família judaica de ascendência portuguesa, Jozef Israëls foi um pintor holandês que nasceu em Groninga, a 27 de Janeiro de 1824 e faleceu a 12 de Agosto de 1911.



O seu pai queria que ele se tornasse num homem de negócios, e só depois de uma extensa luta com a família é que conseguiu enveredar pela carreira artística.


No entanto e após as tentativas que fez sobre a direção de dois pintores na sua terra natal, Buys e van Wicheren, enquanto continuava trabalhando para seu pai como empregado de balcão, foi enviado para Amsterdão, onde se tornou um aluno de Jan Kresuman e iniciou as aulas de desenho na academia. Depois viajou para Paris e trabalhou no estúdio de Picot e só depois ele retornou a Amsterdão e aqui permaneceu até 1870, ano em que se mudou para Haia.  
 “The Rabbi” painting.




 Israëls foi frequentemente comparado com Jean-François Millet. Como artistas, muito mais que pintores no real sentido da palavra, ambos, de fato, viram na vida pobre e humilde um motivo de expressão peculiar e intenso nas suas simpatias; mas Millet foi o poeta da plácida vida rural, enquanto em quase todas as telas de Israëls há uma nota penetrante de aflição. Duranty disse que eles foram pintores da obscuridade e sofrimento.





Começou com temas históricos e dramáticos em estilo romântico do dia. Por casualidade, após uma enfermidade, foi recrutar a sua força na cidade pesqueira de Zandvort, próximo a Haarlem. Foi dotado de uma nova visão de expressão artística, sinceramente realista, cheio de emoção e piedade.



No meio de seus mais importantes trabalhos subsequentes estão, “O pescador de Zadnvoort”, “A Casa Silenciosa” e “Aldeia Pobre”.


“O pescador de Zadnvoort”

Em 1862 alcançou grande sucesso em Londres com o Náufrago, comprado por Mr. Young, e O Berço, duas telas que a revista Athenaeum descreveu como as mais tocantes telas da exibição.


“Náufrago”



Os seus últimos trabalhos incluem O Viúvo, Quando crescemos velhos e sós no mundo, Um Interior, Uma Comida Económica, Diálogo Mudo, Entre o campo e a Beira-mar.










Shavua Tov





Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jozef_Isra%C3%ABls




sexta-feira, 8 de abril de 2016

Cartas de Lisboa | Tzaria





Tazria


Esta semana a Parsha discute em grande detalhe o fenómeno da “Tzara’at”, uma condição semelhante com a lepra mas doença provocada por causas espirituais que não causas médicas.




A Torá descreve-nos todo o processo desde o diagnóstico até ao período de cicatrização e recuperação. Há, no entanto, uma parte da Lei que se destaca como sendo contra-intuitiva.
Miriam Shut Out from the Camp
 (watercolor circa 1896–1902 by James Tissot)





O versículo descreve que o início de manifestação de Tzara’at numa pequena área do corpo pode ser motivo para impureza ritual. No entanto, se posteriormente ela se espalha cobrindo todo o corpo "da cabeça aos pés... Ele é ritualmente puro." (Vaicrá 13:13)

Qual é a razão para esta fascinante Lei? Não deveria a propagação de algo problemático tornar o problema ainda mais sério em vez de o resolver?

O Tzror Hamor, o Rabino Abraão Sabá, cita algumas hipóteses para explicar a situação.

A primeira analogia é com um rio. Um rio pouco fundo pode espalhar-se e parecer muito grande e impressionante. No entanto, é um rio com reservas de água mais profundas que realmente tem poder de permanência.



Painting by Yoram Raanan


Outra perspectiva que menciona é a vitalidade do corpo. Quando apenas uma pequena área é afectada as outras partes do corpo tem de trabalhar para compensar a área atingida. No entanto, quando o corpo inteiro é coberto, as propriedades iguais da tzara’at em todo o corpo dizem-nos que este está a trabalhar em conjunto e em harmonia.

O que está claro de tudo isto é que as coisas não são necessariamente o que aparentam. O Talmude, no tratado Sanhedrin 97ª, inspira-se nesta lei ao descrever como o mundo nos pode parecer antes da Era Messiânica. Um mundo que pode parecer totalmente irreparável, é um mundo que pode ser mais facilmente transformado para o bem.

Quando confrontados com um desafio ou um obstáculo gigantesco, não podemos ser intimidados pelas aparências, mas devemos estar prontos para seguir em frente, e para descobrir as soluções e ter esperança renovada no nosso futuro.



Shabbat Shalom!
Cortesia do Rabino

Eli Rosenfeld
chabadportugal.com


Preparação de Shabat




Shabat Shalom!

Pintura de Abzhinov Eduard

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Cartas de Lisboa | Uma Bênção de Sentido Duplo






Shemini





A nossa Parsha começa com o culminar da inauguração do Mishcan (Tabernáculo). Após o período inicial de sete dias, "Foi no oitavo dia" (Vayicrá 29: 1), que a Presença Divina foi vista e sentida por todos neste espaço sagrado.



Na altura em que Aarão, o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) completava o seu serviço, a Torá começa a descrevê-lo a abençoar o Povo Judeu.




E aqui as coisas ficam complicadas. O versículo começa com Aarão no meio do serviço e em seguida começa a descrever a sua bênção. "Aarão, levantou as mãos na direcção do povo e abençoou-o" (Vayicrá 29:22). 

No entanto, imediatamente a seguir a Torá continua, dizendo que Aarão "desceu a seguir à preparação da oferta", o que implica que ele ainda estava no meio do seu serviço. 



Então, ele estava a abençoar as pessoas ou estava ainda no meio do serviço?



 


Além disso, o verso seguinte (Vayicrá 29:23) continua com Moisés e Aarão juntos abençoando o Povo Judeu. Quando é que a bênção teve lugar? Durante ou após o serviço?






Ao abordar esta questão, o Tzror Hamor dá uma bela visão do espírito de Aarão neste momento especial. Na realidade a bênção, diz o Rabino Sabá, ocorreu depois da conclusão do serviço. Foi então que Aarão realmente verbalizou a bênção sacerdotal pela primeira vez na história.



No entanto, quando Aarão ainda estava no meio do seu serviço, durante esses momentos especiais, o Povo Judeu estava firmemente presente na sua mente. Ele estava lá em seu nome, representando todo o Povo.



Segundo o Rabino Sabá, a primeira menção das bênçãos, alude aos pensamentos de Aarão, quando ele evocava a força e o mérito de todo o Povo Judeu para o ajudar a completar com sucesso a sua tarefa. Quando todo o serviço foi concluído, então sim é que as bênçãos foram realmente verbalizadas.



A esta luz, essas bênçãos beneficiam e ajudam tanto o emissor como o receptor, como deverá acontecer com todas as bênçãos.




Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino


Eli Rosenfeld
chabadportugal.com